Bonecos hiper-realistas fazem sucesso entre crianças e adultos

O preço das bonecas variam de R$ 1,2 mil a R$ 12 mil. Algumas celebridades já adotaram o brinquedo que parece verdadeiro

Você sabe o que são e como fazer bebe reborn? São bonecos hiper-realistas que apresentam a aparência real de uma criança nos mínimos detalhes, como peso, textura da pele, fios de cabelo e olhos.

O termo reborn, que em português significa “renascido”, teve início durante a Segunda Guerra Mundial, em decorrência da crise econômica e escassez de recursos. As mães da época pintavam e redecoravam as antigas bonecas das filhas. Com o passar do tempo, foram surgindo novos feitores e materiais, o que proporcionou revoluções na técnica.

Atualmente, os preços das bonecas variam entre R$ 1,2 mil a R$ 12 mil. Apesar disso, no Brasil, já são 1,3 milhão de pessoas que seguem páginas com a temática.

Para Ana Paula, ou Ana Reborn, como é conhecida nas redes sociais, a vontade de entrar nesse universo começou em 2011, quando ela e o marido, Alexandre, adquiriram um bebê reborn como presente para um parente. O casal ficou fascinado com os pequenos detalhes do boneco, resolveu trazer para o Brasil e, em fevereiro de 2012, nasceu o projeto Ana Reborn. ”Fizemos muitos estudos e pesquisas, pois queríamos suprir as necessidades do público e garantir material para os artistas, com qualidade e originalidade”, afirma a baiana.

No momento, Ana, formada em administração hospitalar e pintora desde dos 13 anos, comanda uma empresa com o tema, vendendo bebês realistas, materiais para composição dos bonecos, além de comandar cursos on-line e presenciais.

A paranaense Sandra Rudnick veio até Brasília para fazer o curso sobre os bonecos, pois, na época, não tinha em sua cidade natal, Curitiba. ”Há 10 anos, vi uma matéria sobre os bebês e fiquei encantada, não sosseguei enquanto não realizei meu sonho”.

A princípio, a artista queria fazer os bebês para ela mesma, porém, em casa, não tinha tanto espaço. Então, resolveu vender pela internet e abrir seu próprio negócio, a empresa Bebesan. “Atualmente, faço de 20 a 25 bebês por mês, no total já foram mais de 500”, alega Sandra.

Segundo a artesã, o processo dura cerca de 30 dias e os modelos mais pedidos são os recém-nascidos, por serem mais reais. Ela afirma que o mercado de bebês reborn está crescendo muito no Brasil.

De acordo com a psicóloga Flávia Lacerda, ter um boneco tão realista assim não é algo ruim. Se não interferir de uma maneira prejudicial na vida da pessoa, for uma curiosidade, um desejo de reviver o contato com um bebê, não há problemas. A questão é quando certos comportamentos começam a gerar prejuízos. “É importante pensar na lógica de frequência e intensidade. ‘Se o acesso ou o uso desse bebê for muito elevado, pode causar dificuldades funcionais, no sentido de impedir o contato com outras pessoas, gerar problemas financeiros, em relacionamentos e na saúde”, conclui a especialista.

Fonte: https://www.metropoles.com/